Naufrágio de Balsa deixa mais de 136 mortos na Tanzânia


Pelo menos 136 pessoas morreram no naufrágio de uma balsa no Lago Vitória, na Tanzânia, informaram autoridades nesta sexta-feira. 

O canal público "TBC" informou que 40 pessoas foram resgatadas e estão em estado crítico. O governador da província de Mwanza, John Mongella, afirmou que o estado de alguns sobreviventes é "muito preocupante".

A rádio pública "TBC Taifa", que citou o comandante de polícia Simon Sirro, anunciou que a tragédia deixou mais de 100 mortos. O balanço inicial nesta quinta-feira era de 42 mortos e, no começo das buscas na manhã desta sexta-feira, foram declaradas 86 vítimas fatais.

— Continuamos recuperando corpos — disse o policial.

A balsa MV Nyerere afundou na tarde desta quinta-feira perto da ilha Ukara, no Sul do maior lago da África, de acordo com um comunicado da Agência de Serviços Elétricos e Mecânicos da Tanzânia. As operações de resgate foram suspensas durante a noite e foram retomadas nesta sexta-feira.

De acordo com testemunhas citadas por um canal de televisão estatal, centenas de pessoas subiram na balsa na ilha de Bugorora. Era um dia dedicado ao mercado e vários passageiros estavam com mercadorias. A mídia local informou a capacidade oficial da balsa é de 100 pessoas, mas, segundo as autoridades, a embarcação transportava mais de 400 passageiros quando virou. O número de vítimas pode ainda aumentar. A estimativa é que mais de 200 pessoas tenham se afogado.

A causa do acidente ainda não foi determinada, mas naufrágios deste tipo são frequentemente atribuídos à sobrecarga. Acredita-se que, neste caso, a embarcação tenha tombado quando as multidões a bordo se moveram para um lado quando ela atracou.

O presidente John Magufuli manifestou "profunda tristeza" com o desastre e pediu aos moradores que "permaneçam tranquilos em um momentos difícil". A oposição, porém, acusou o governo de negligência.


"Muitas vezes alertamos para as condições ruins das balsas, mas o governo ignorou. Várias vezes denunciamos esta negligência", disse John Mnyika, líder do Chadema, principal partido de oposição.

Mnyika disse que sobrecarga na embarcação reflete "outra falha das autoridades" e criticou os trabalhos de resgate "insuficientes".

"Recebi um telefonema dizendo que perdi minha tia, meu pai e meu irmão mais novo", disse a moradora da província Editha Josephat Magesa à "BBC". "Estamos muito tristes e exigimos ao governo uma nova balsa porque a antiga era pequena e a população é grande".

"Não sei nada sobre meu pai e meu irmão mais novo, que estavam na balsa. Eles foram ao mercado de Bugorora para comprar uniformes do colégio e material escolar para o ano letivo", afirmou Domina Maua, uma das pessoas que procuravam informações sobre parentes.

Sebastian John, professor, afirmou que tragédias similares marcaram a vida das pessoas que moram perto do lago.

"Desde meu nascimento, muitas pessoas morreram em naufrágios neste lago. Mas o que podemos fazer? Não decidimos nascer aqui, não temos para onde ir", lamentou.

Há seis anos, 144 pessoas morreram ou desapareceram quando uma balsa sobrecarregada naufragou na ilha de Zanzibar.

Presidente manda prender responsáveis pela balsa naufragada

O presidente da Tanzânia, John Magufuli, ordenou, em um discurso, a prisão de "todas as pessoas envolvidas na administração" da balsa que afundou nesta quinta-feira.

— Parece claro que a balsa ultrapassou sua capacidade — denunciou o presidente na televisão pública "TBC One". — Eu ordenei a prisão de todas as pessoas envolvidas na administração da balsa, as prisões já começaram.

A Tanzânia observará quatro dias de luto oficial pela tragédia, decretou Magufuli.

Fonte: Extra

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