O MPF-MS (Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul) sediou o "Seminário de Polinizadores", onde foram discutidos os impactos dos agrotóxicos na cultura baseada na polinização feita pelas abelhas.
No encontro, foi apresentado uma estatística que reafirma a importância dos polinizadores para o equilíbrio do ecossistema. Mais de 70% das culturas agrícolas depende direta e indiretamente da polinização realizada pelas abelhas.
"Das 141 espécies de plantas cultivadas no Brasil, aproximadamente 85 delas dependem em certo grau da polinização animal e 80% desse trabalho é realizado pelas abelhas", afirmou a bióloga e professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Generosa Sousa Ribeiro.
O ponto de partida da pesquisadora foi o estudo da intoxicação de abelhas por agrotóxicos, objeto da tese de doutorado em ciências agrárias. De acordo com Generosa, além do néctar e do pólen, há espécies de abelhas que também coletam resina e água, evidenciando o papel desses voadores para a manutenção da biodiversidade.
Entretanto, o trabalho das abelhas passa a ser cada vez mais comprometido pelo uso recorrente de agrotóxicos, principalmente por meio das técnicas de pulverização.
"Esses produtos alteram o comportamento das abelhas e é possível perceber quando elas estão intoxicadas pela observação no entorno das caixas, pela mortandade e má formação das larvas e pela incapacidade de substituição da rainha", destaca a professora.
No evento, a idealizadora do projeto Colmeia Viva, Paula Arigoni, apresentou o Colmeia Viva App, um aplicativo em que agricultores podem identificar áreas de atividades agrícolas e apícolas, assim como os criadores de abelhas podem receber comunicados sobre aplicações e tomar medidas de proteção sobre a cultura.
De acordo com a palestra do analista ambiental do Ibama, Leandro Borges, é preciso que as recomendações de uso do produto em rótulo e bula sejam rigorosamente seguidas para que as avaliações de risco ambiental tenham efetivação.
Fonte: Campo Grande News
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