O que por muito tempo pareceu ser apenas enredo de ficção científica agora está cada vez mais próximo de se tornar realidade. Graças a várias descobertas realizadas nos últimos anos - vide os exoplanetas (alô, Kepler-452b) e outras luas no sistema solar -, a existência de vida alienígena deixou de parecer algo absurdo e distante.
Ellen Stofan, cientista chefe da NASA, acredita que encontraremos outras formas de vida muito em breve. “Temos fortes indícios que a vida além da Terra existe e acredito que encontraremos evidências disso ao longo das próximas duas décadas”, afirma. “Nós sabemos onde procurar, como procurar e, na maioria dos casos, temos tecnologia para tal.”
Com isso, astrônomos planejam missões e passam a pesquisar mais sobre os exoplanetas que possivelmente contêm as novas formas de vida que tanto procuramos. Saiba quais passos eles tomarão para descobri-las:
1 - Mapear os oceanos do sistema solar
Por oceanos queremos dizer planetas ou luas que são gélidos na superfície, mas que abrigam oceanos de água quente dentro de si. A maioria dos planetas do sistema solar estão longe ou perto demais do Sol, mas um planeta com um oceano pode ser uma exceção, pois pode atingir a temperatura certa para a existência de vida.
Já sabemos que Ganímedes, Europa, Titã e Encélado, duas luas de Júpiter e duas de Saturno, respectivamente, possuem oceanos abaixo de suas superfícies. Para conhecê-los melhor, a NASA lançará a missão Europa Clipper, que deve ser lançada por volta de 2020.
2 - Fazer uma segunda inspeção nesses oceanos
A Europa Clipper não vai conseguir dizer logo de cara se já é possível existir vida nas luas de Júpiter. Isso porque a missão precisa investigar melhor o que já há por ali para poder realizar coletas e análises mais profundas.
Em um primeiro momento, o objetivo da Europa Clipper é entender a composição do oceano da lua Europa e criar mapas de alta resolução de sua superfície. A partir desses dados, uma nova missão pode ser lançada para estudar o gelo e a água diretamente e, em um terceiro momento, procurar por vida.
Tudo isso pode levar um tempo, não só por conta das investigações, mas pelos custos de cada missão - a intenção é realizar a primeira na Europa, e depois outras em Ganímedes, Titã e Encélado.
3 - Trazer amostras da água dos oceanos para a Terra
Chances são que, se os oceanos de fato contiverem algum tipo de vida, elas sejam organismos microscópicos. Se esse for o caso, seria mais fácil recolher amostras de água para eles serem analisados na Terra.
Não são poucos os desafios dessa tarefa: ainda não existe uma tecnologia que consiga recolher e trazer as amostras; há a possibilidade de contaminação da Terra com essas espécies desconhecidas que, além de tudo, podem não sobreviver a viagem - ou a estadia aqui.
4 - Descobrir planetas em outros sistemas solares
Para descobrir vida em outros sistemas solares, é necessário encontrar exoplanetas nos quais ela poderia existir. Para isso, os cientistas usam o “método do trânsito”, que funciona da seguinte forma: imagine uma estrela a uma distância considerável. Se houver um exoplaneta orbitando aquela estrela, ocasionalmente ele passará entre você e a estrela, bloqueando sua visão desta. A partir disso, os astrônomos conseguem detectar a presença de exoplanetas.
5 - Fazer uma lista dos exoplanetas que podem ser habitados
A maioria dos exoplanetas já encontrados são grandes, gasosos ou quentes demais para serem habitados. Considerando o que sabemos sobre a vida na Terra, o esperado é encontrar um exoplaneta mais rochosos que orbita na zona habitável de uma estrela (assim há calor o suficiente para água, mas não deixa a temperatura impossível para a sobrevivência).
O Kepler-452b, descoberto em julho, é um candidato com potencial. Ele é 60% maior que a Terra e, apesar da alta gravidade, seria habitável, de acordo com os cientistas. “A sensação seria muito parecida com a que sentimos na Terra. Além disso, as plantas terrestres poderiam fazer fotossíntese nem problema algum”, afirma Jon Jenkins, um dos responsáveis pela nave Kepler que encontrou o exoplaneta.
6 - Examinar a atmosfera dos exoplanetas
A maioria dos exoplanetas fica longe demais para serem visitados até mesmo por missões destripuladas, logo, a melhor forma de analisar seus espectros é passando por suas atmosferas. Assim é possível saber quais são os gases presentes.
Ainda não existem telescópios com capacidade para analisar a atmosfera de planetas menores como a Terra. Segundo a NASA, o Telescópio Especial James Webb, que será lançado em 2018, terá capacidade de realizar a tarefa.
7 - Procurar sinais de vida nessas atmosferas
Os gases presentes nas atmosferas podem dar indícios da existência de vida alienígena nesses exoplanetas. Por enquanto, o único planeta conhecido com vida é a Terra, então os cientistas estão utilizando o modelo desta para determinar quais são os gases necessários para a presença de vida.
Via Vox
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